Desde o início do mês de novembro de 2008 o mercado de ações da Bovespa tem apresentado uma mudança relevante em seu comportamento quando o comparamos com a forte queda que sofreu no início do segundo semestre de 2008. Ao olharmos para o gráfico do Ibovespa, notamos que o fundo que se formou em 27/10/2008, abaixo dos 30.000 pontos, nunca mais foi alcançado, não obstante a ruidosa fanfarra dos pessimistas de plantão, que insistem em profetizar o que chamam de “o fundo de 2009”. O que vemos, na verdade, é a formação de fundos cada vez mais altos no decorrer do tempo, embora o índice tenha apresentado pequeno retrocesso nessa tendência no começo de março de 2009.
No entanto, se o índice não tem formado fundos abaixo dos 36.000 pontos, também não apresenta vigor suficiente para projetar seus topos muito além dos 42.000, região na qual já reverteu três vezes neste início de 2009. Nesse cenário, o que vemos é um mercado recheado de indecisão, mesclado por pregões de fortes movimentos de alta ou de baixa que, frequentemente, ajustam a cotação do índice em 2.000 pontos ou mais.
No entanto, se o índice não tem formado fundos abaixo dos 36.000 pontos, também não apresenta vigor suficiente para projetar seus topos muito além dos 42.000, região na qual já reverteu três vezes neste início de 2009. Nesse cenário, o que vemos é um mercado recheado de indecisão, mesclado por pregões de fortes movimentos de alta ou de baixa que, frequentemente, ajustam a cotação do índice em 2.000 pontos ou mais.
O mesmo comportamento pode ser encontrado nas principais ações negociadas na Bovespa. Mesmo papéis tradicionais como Petrobrás e Vale do Rio Doce, que costumavam apresentar tendências vigorosas e compassadas, agora sobem e descem rapidamente, ao sabor desse mar de volatilidade. Aos que tiverem estômago para suportar o balanço dessas ondas, a maré do mercado pode reservar grata recompensa, pois a faixa de negociação que se desenvolve na maioria desses papéis é larga o suficiente para permitir a colheita de bons lucros no curto prazo.
Se a estabilidade emocional do investidor ainda permitir, ele pode enveredar-se pelo mercado de derivativos, onde os percentuais de lucros (ou prejuízos) atingem facilmente três dígitos, em curto espaço de tempo.
A questão é que essa maré de volatilidade em que se encontra o mercado de ações não tem data marcada para terminar. Os efeitos da crise financeira internacional e as constantes notícias sobre redução de consumo, crescimento dos índices de desemprego e insolvência de instituições financeiras nos EUA e na Europa conseguem manter o mercado em um estado de nervosismo constante, alternando entre a euforia e o pânico, a cada semana.
É bem provável que ainda observemos esse comportamento volátil durante boa parte de 2009, antes que o impacto de todas as medidas econômicas adotadas mundo afora consigam trazer calma e consenso ao mercado de capitais. Nesse ínterim, nossa única alternativa é aprender a “surfar” nessas tempestuosas ondas de volatilidade.
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Carlos Alberto Debastiani é empresário, investidor e autor dos livros “Candlestick”, “Análise Técnica de Ações” e “Avaliando Empresas, Investindo em Ações”.
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