EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) recuperou parte das perdas de ontem, com o "efeito Dubai", voltando ao patamar dos 67 mil pontos, em um dos níveis mais altos do ano. E o expediente mais curto de Nova York contribuiu mais uma vez para esvaziar os negócios do mercado brasileiro.
Investidores "esfriaram a cabeça" hoje após a onda de nervosismo de ontem com o episódio Dubai. Para analistas, a histeria começou a se dissipar à medida em que fortaleceu a convicção que os efeitos da moratória ficariam restritos ao próprio emirado árabe, sem contaminar o restante dos mercados.
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O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 1,04% no fechamento, aos 67.082 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,59 bilhões, baixo na comparação com a média do mês.
A Bolsa de Nova York encerrou o expediente mais cedo e fechou em queda de 1,48%, por conta da "Black Friday", que marca o início da temporada de compras do final de ano. Na Europa, a Bolsa de Londres teve ganho de 0,99%, enquanto a Bolsa de Frankfurt valorizou 1,27%.
"Ontem houve uma reação mais forte, principalmente por conta dos bancos europeus. Algumas ações desses bancos chegaram a cair mais de 7%. Hoje, com a ausência de novos dados ou notícias mais negativas, o mercado ficou um pouco mais tranquilo", comenta Marcelo Mattos, da mesa de operações da corretora Geraldo Correa. "Só que o mercado ainda está esperando mais novidades sobre esse caso. Na semana que vem, o mercado ainda deve repercutir esse assunto, além de monitorar o resultado da 'Black Friday'. O desempenho das vendas desse dia é que vai dar o tom sobre a economia dos EUA", acrescenta.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,744, em um declínio de 0,34%. A taxa de risco-país marcou 226 pontos, número 4,62% acima da pontuação anterior.
As autoridades brasileiras se apressaram hoje a desinflar os efeitos da moratória árabe sobre a economia nacional. "Os bancos brasileiros não estão expostos a este fundo nem a este tipo de problema pela própria regulação prudencial brasileira", disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) também havia minimizado os efeitos dessa crise sobre o país. "Acho que não vai pegar. Isso [medo de calote] mexeu um pouco com os mercados, mas acho que aqui não vai ter maiores consequências", disse o ministro a jornalistas, após participar de evento com banqueiros.
A agenda econômica foi bastante esvaziada hoje. Entre as principais notícias do dia, a FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou inflação de 0,10% em novembro, pela leitura do IGP-M, ante 0,05% em outubro. No ano, o índice acumula queda de 1,46%.
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u658634.shtml
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