Dilma Rousseff não será a candidata do PT à presidência do Brasil. Não há lógica nesta indicação petista. A exploração da sua imagem está muito mais pra jogada política do que para candidatura. Não discuto sua competência como gestora de um país, mas ela não tem perfil e carisma para conseguir suceder um presidente tão popular e carismático, num país que pensa que democracia é alternância de partidos no poder.
O momento histórico que estamos vivendo, não pode ser encontrado em todo o percurso da história do Brasil até aqui. É uma vivência inedita e curiosa. Pela primeira vez vamos ter uma sucessão presidencial de um presidente extremamente popular, que governou por oito anos um país pobre e desigual. A tarefa de se eleger não é fácil, portanto sujeita a embates e confrontos mais ásperos. Não queiramos comparar 2010 com 2006 ou 2002. Coisas novas irão nascer no ano que vem.
Portanto afirmo novamente: Dilma não será a candidata de Lula. Ela é apenas o saco de pancadas, o palhaço que leva os tomates na cara antes da atração principal. A oposição está metralhando a “pré-candidata”. Histórias mirabolantes foram resgatadas do seu passado militante e de seu presente conturbado. As pesquisas mostram Dilma perdendo feio para Serra, e encurtando terreno com Marina Silva e Ciro Gomes. E outra, não consigo enxergar a classe média brasileira elegendo uma mulher (ainda mais sem carisma) para o maior cargo executivo de um país. Os nossos médios e mornos indivíduos ainda possuem um caráter reacionário e conservador, na sua maioria.
Mas, de toda essa nuvem negra em cima da senhora Rousseff, sairá o sol da candidatura real e lógica do Partido dos Trabalhadores. Um “ser” imunizado e messiânico, que virá abençoado por todas as críticas que foram depositadas antes, na pré-candidata virtual. E ainda mais, não terá tempo para ser massacrado pela oposição. Vai usar a campanha eleitoral de uma maneira leve e cuidadosa. Mas quem será? Quem vai ser a grande jogada política do início do século XXI?
Difícil dizer. Talvez Ciro Gomes, que já avisou: “só disputo a presidência”. Tem uma boa reputação em todo país e teria o perfil ideal para ser o coelho da cartola. Palocci dificilmente ganharia a vaga, tá mais sujo que avental de açougueiro, portanto não agüentaria a pressão midiática e oposicionista. Aloizio Mercadante tem força e palanque, mas dificilmente ganharia a população interiorana e pobre do norte e nordeste. Tenho minhas dúvidas. Esta previsão seria injusta e irresponsável.
Contudo, não sei se será suficiente para ganhar do poderoso José Serra. Como já disse: o eleitorado brasileiro ainda possui aquele sentimento de rodízio partidário, principalmente no âmbito nacional. Porém, essa jogada, mágica da cartola, ou como vocês queiram chamar, fará da eleição de 2010 a mais disputada da era democrática brasileira. Disto eu não tenho dúvida alguma.
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Felipe Liberal é Graduado em História pela Universidade Católica de Pernambuco e Pós-graduado em Ciência Política. Dá palestras sobre temas de História, Política e Geopolítica brasileira e internacional.
5 comentários:
Felipe Liberal:
Diga logo que você é Serra ("O poderoso Serra"- me poupe cara) e não aguenta pensar que um candidato escolhido pelo PT (com o aval do Lula) irá detoná-lo.
Olá Ismael,
Não sou petista, sou lulista e ser tucano é a última coisa que seria na minha vida.
Neste texto apenas analiso que Dilma não vai ser a candidata de Lula, e sim, outra figura mais forte e carismática. O título é forte, mas não é pró-serra e muito menos contra Lula.
Um abraço,
Felipe Liberal
Bom texto Felipe, parabéns pela iniciativa, estamos precisando de mais engajamento, mas gostaria de fazer despretensiosamente duas correções em seu texto:afirmar que o Brasil é uma democracia é um pouco de ingenuidade, sabemos que aqui tivemos avanço, mas percebo que há muita maquiagem, numa verdadeira democracia não teriamos ou veríamos os absurdos que são noticiados diariamente e com tudo acabando em pizza, basta ver o ultimo caso (Sarney),isto sem falar que temos um judiciario paralitico, um legislativo, corrupto e um executivo imcompetente, então podemos afirmar com toda certeza que temos uma democracia restrita ou parcial.
Outra questão é qdo se fala que o Brasil é um pais pobre, pobre é a maioria do populaçao, mas o pais em si é rico, aliás não é um pais e sim um continente, dúvido que no planeta algum outro tenha tantas riquesa naturais como nóa.
Abs.
Ronaldo
Olá, Anônimo,
Quando falo a Era Democrática brasileira, quero expressar apenas o momento histórico que vivemos, pois essa é a nomenclatura.
Concordo com você que não somos democráticos, e mais, não conheço nenhum país democrático. Se você ler os meus outros textos, vai ver que penso assim.
Sobre o Brasil ser um país pobre, afirmo categoricamente. Nosso possui riquezas naturais? Concordo. O Brasil tem uma grande economia? Concordo. Mas o Brasil é desigual, corrupto e ainda explorado por outros países, portanto ainda é um país pobre.
Um abraço
Excelente a analise do Colunista!
Atual, olha que Dilma, carismática ou não... venceu! a disputa interna do partido!
A Internet... todo mundo diz o quer e ainda tem gente (como eu) que lê...
Putz!!!!
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